domingo, 10 de fevereiro de 2013

Homenagens pelos 90 anos de morte de Manuel Querino

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Em celebração aos 90 anos de morte de Manuel Querino, uma programação rende homenagens em sua memória este mês, em Salvador.  No dia 14 de fevereiro, quinta-feira, 18h, uma missa solene na Igreja da Ordem Terceira às Portas do Carmo (Centro Histórico) deve reunir pesquisadores, familiares e interessados na trajetória do intelectual e escritor baiano.  A iniciativa organizada pelo professor e historiador Jaime Nascimento é uma ação conjunta do Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO) da UFBA, Instituto Geográfico e Histórico da Bahia e Secretaria de Cultura do Estado.
A programação segue no dia 19, terça-feira, às 14h no Auditório do CEAO da UFBA (Largo 2 de Julho), com duas mesas redondas e debates para registrar esse momento com a sociedade baiana e, principalmente, as comunidades negro-mestiças da cidade do Salvador. A sessão tem entrada franca.


Serviço:
O que: Missa Solene
Onde: Igreja da Ordem Terceira às Portas do Carmo (Centro Histórico)
Quando: 14 de fevereiro, 18h
O que: Mesas redondas
Onde: auditório do Centro de Estudos Afro-Orientais da UFBA (Largo 2 de Julho)
Quando: 19 de fevereiro, 14h
Quanto: Grátis
Tel: 71 3283-5513
Realização: CEAO/IGHB/Secretaria de Cultura


Manuel Raimundo Querino nasceu no dia 28 de julho de 1851, em Santo Amaro da Purificação, Bahia. Ainda no tempo da vigência da escravidão, a sua infância  foi atribulada, como de resto toda a sua vida. A epidemia de cólera de 1855, em Santo Amaro, matou os seus pais. Foi confiado então aos cuidados de um tutor, o professor Manoel Correia Garcia, que o iniciou nas primeiras letras.
Escritor, jornalista, historiador, político, desenhista, músico, pintor, líder operário, professor fundador do Liceu de Artes e Ofícios e do Colégio dos Órfãos de São Joaquim, sócio fundador do  Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, aluno fundador da Academia de Belas Artes da Bahia (hoje Escola de Belas Artes da UFBA), sócio da Sociedade Protetora dos Desvalidos - SPD, irmão da Irmandade dos Homens Pretos, antropólogo autodidata, por fim um dos mais importantes pesquisadores da História da Bahia, Querino foi precursor dos estudos da contribuição africana para a formação da sociedade brasileira.
Manuel Querino traçou um caminho aparentemente improvável para um indivíduo negro do período oitocentista (século XIX). Foi através do seu brilho e consistência intelectual que soube reverter os obstáculos de uma sociedade marcadamente paternalista e patrimonialista, socialmente estratificada e diferenciada do ponto de vista étnico/racial.
Faleceu em Salvador, a 14 de Fevereiro de 1923, tendo dado uma inestimável contribuição aos diversos ramos da atividade a que se dedicou. Na passagem dos 90 anos da sua morte, as instituições que o tiveram como integrante, unidas a tantas outras cientes do legado da obra de Manuel Raimundo Querino, prestam uma singela homenagem àquele que foi, sem favor algum, um dos mais laboriosos intelectuais baianos.