quinta-feira, 23 de julho de 2009

segunda-feira, 20 de julho de 2009

“SEMANA MANUEL QUERINO”


PROGRAMAÇÃO


EXPOSIÇÃO:
Acervo: Obras do acervo da Biblioteca Manuel Querino e

Obras gentilmente cedidas pela Biblioteca da Fundação Clemente Mariani

PERÍODO: 27 a 31 de julho de 2009
LOCAL: Biblioteca Manuel Querino – Centro Cultural Solar Ferrão

TARDE DE AUTÓGRAFO COM JAIME NASCIMENTO

NASCIMENTO, Jaime (Org.); GAMA, Hugo (Org.). Manuel R. Querino: seus artigos na Revista do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia. Salvador : IGHB , 2009. 236 p. il.

Dia: 28/07/2009 Hora: à tarde

PALESTRAS

MANUEL QUERINO: Vida e obra na luta contra racismo científico

Dia: 27/07/2009 Hora: De 16:00 às 17:30hs

Palestrante: Sabrina Gledhill (Instituto Geográfico e Histórico da Bahia – IGHB)

MANUEL QUERINO: História e Memória

Dia: 28/07/2009 Hora: De 15:00 às 16:30hs

Palestrante: Maria das Graças de Andrade Leal (Uneb)

MANUEL QUERINO: Contribuição aos estudos antropológicos na Bahia

Dia: 29/07/2009 Hora: De 15:00 às 16:30hs

Palestrante: Jorge da Silva Maurício (Ipac)

IPAC - Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia

Biblioteca Manuel Querino

Rua Gregório de Mattos, 45, Pelourinho – Centro Cultural Solar Ferrão

biblioteca@ipac.ba.gov.br

(71) 31176384 / 88606874

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Obama defende "nova mentalidade negra" em discurso

16 de julho de 2009 • 22h25 • atualizado às 22h35

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou, nesta quinta-feira, que é necessária uma "nova mentalidade" aos negros americanos, durante um discurso na Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor (NAACP, pela sigla em inglês).

"Os programas do governo isolados não levarão nossas crianças à terra prometida - precisamos de uma nova mentalidade, de novas atitudes", disse o presidente durante o jantar de comemoração de 100 anos da organização de direitos civis.

O líder americano disse que as comunidades afro-americanas possuem "um grupo de limitações internalizadas" e "esperam tão pouco do mundo e de nós mesmos". Segundo ele, "muitas barreiras ainda permanecem"

Obama afirmou que os negros "devem recapturar o espírito do movimento dos direitos civis de meio século atrás para resolver problemas que afetam os afro-americanos de maneira desproporcional - desemprego, altos custos de saúde e a Aids".

Segundo ele, os pais precisam forçar as crianças a deixarem os video games de lado e afirmou que a "educação é o caminho para um futuro melhor".

"Quero que nossas crianças desejem ser cientistas e engenheiros, médicos e professores, não apenas jogadores de bola ou rappers. Quero que eles queiram estar na Suprema Corte de Justiça, que queiram se tornar presidentes", afirmou.

O presidente, filho de uma mãe branca do Estado americano do Kansas e de um pai negro, do Quênia, disse que seu caminho poderia ter sido outro, não fossem os pedidos de sua mãe.

Esse foi o primeiro discurso com enfoque no tema racial desde que Obama assumiu a Presidência, em janeiro.


Capoeira Angola



Tradição de guerreiros em busca de liberdade, malícia que faz e engana, mistura de corpos e culturas, música e movimento, suavidade e força, expressão e luta...


Bahia


PORQUÊ UM EVENTO COMO ESTE?
As culturas de tradição, não se aprendem nos livros ou em sinais elétricos a distribuir informações pelas frias telas digitais da grande rede global.
O conhecimento ancestral é vivenciado pela energia que se sente, pela palavra que se ouve, pelo corpo que se move.
Afinal, para contar certo, tem que ver de perto!

Este é o evento que você estava esperando!
Circuito de Oficinas, Palestras e Visitações a Capoeira Angola de salvador
de 18/07 à 01/08 de 2009

É a sua oportunidade de vivenciar a Capoeira Angola de Salvador, ir as rodas dos grandes Mestres, passear pelos locais históricos da capoeiragem e ainda apreciar as belezas naturais da cidade, ao lado de um grupo de pessoas de alto astral.

Capoeiristas e simpatizantes de várias partes do mundo, como Alemanha, Holanda, Cabo Verde, EUA, França e de vários Estados do Brasil, como Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Santa Catarina, Ceará e Rio de Janeiro já fizeram sua inscrição:

Entre logo em contato conosco e reserve sua vaga, pois as inscrições são limitadas!
Terra de segredos e mistérios, mandingas e saberes guardados na memória dos mais velhos, gravados nas pedras, praças e ruas, construídas com o suor e o sangue de um povo lutador...

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Revista de História da África e de Estudos da Diáspora Africana


Informamos que o terceiro número da SANKOFA já está disponível na rede, podendo ser acessada gratuitamente no endereço http://revistasankofa.googlepages.com.

Aproveitamos para abrir a chamada de artigos e resenhas do número 04, a ser lançado em dezembro de 2009, a todos os estudantes e pesquisadores da área. As regras para os autores também se encontra no site acima referido. A chamada será encerrada em 15/11/209.

terça-feira, 7 de julho de 2009

CARTA ABERTA DOS ARTISTAS BAIANOS

Hoje, 03 de Julho de 2009, o Exmo.Governador do Estado da Bahia, Sr. Jaques Wagner,declarou nos principais jornais locais que os protestos ocorridos contra a atual política cultural e o Secretário de Cultura Marcio Meirelles, durante a comemoração do 2 de Julho –data magna da Bahia – partem das ‘viúvas do passado, acostumadas aos privilégios do governo anterior’.É assustador que o então Governador do Estado assim pense.O Governador, ao declarar este pensamento, revela uma visão confusa de cultura – porque não entende o papel da arte e de seus profissionais – e minimiza a insatisfação dos artistas baianos com a atual gestão da Secretaria de Cultura.As pessoas que compareceram ao protesto são artistas – e não só de teatro – que ao longo de suas vidas batalharam para o reconhecimento e profissionalismos de suas atividades; são artistas conhecidos e reconhecidos pela comunidade, alguns com nomes bastante relevantes. Assusta-nos que o então Governador, ao longo de quase três anos de governo, não reconheça que existe, sim, uma grande insatisfação na área cultural e que o nome do atual secretário, sistematicamente, pontuou as manchetes dos jornais, envolvido sempre em uma polêmica relativa ao desmonte da produção artística. Chamar de ‘viúvas’ os artistas baianos é, no mínimo, um desrespeito com estes profissionais, pois nenhum governo deu aos artistas, privilégios. Todas as conquistas na área cultural foram iniciativas dos artistas, individualmente ou coletivamente. Se o então Governador fosse um homem com esclarecimento amplo na área da cultura, entenderia isto muito bem. A Classe Artística não trabalha para ideologia política partidária e sim para a liberdade de expressão do ser humano, pois só através desta é que podemos tran sformar o indivíduo. Talvez more aí o poder da arte e a justificativa do descaso com que vem sendo tratada a nossa cultura. Nos respeite, Governador e reflita quando se dirigir a um grupo de trabalhadores que, devido ao subjetivismo de suas profissões não pode sequer recorrer à greve como instrumento de protesto. Mas não se esqueça que somos formadores de opinião e temos o apreço das platéias. O atual Secretário justifica o fracasso de sua gestão acusando a escritora Aninha Franco de orquestrar os protestos do 2 de Julho. O protesto ocorreu por iniciativa dos artistas e a citada escritora, em momento algum, colaborou para isto. É importante ressaltar que toda a mobilização ocorrida foi efetuada através de uma comunicação estabelecida unicamente através de e-mails, sem a necessidade sequer de uma reunião. Tudo isso, Sr. Secretário, para o Sr. perceber a insatisfação que grande parte da classe artística soteropolitana – que compareceu em massa – tem para com a política cultural dos atuais governos: estadual e municipal. A classe artística não precisa ser orquestrada, pois não é massa de manobra. É uma classe pensante e crítica e, talvez por isto, é que esteja sendo tão desrespeitada.‘Viúvas do passado’, como sugere o Governador, são todos aqueles que conseguem sobreviver aos governos, fazendo o seu ofício. São artistas como Carybé, João Ubaldo, Edgard Navarro, Lázaro Ramos, Margareth Menezes, Luis Caldas, Armandinho e Instituições como o Balé do TCA, Balé Folclórico, Museu Carlos Costa Pinto, Instituto Histórico e Geográfico, Theatro XVIII, Academia Baiana de Letras, Teatro Vila Velha e todos os que conseguem elevar o nome do nosso Estado, tornando-o um dos principais pólos de produção artística e uma das expressões culturais mais representativas do Brasil. Exigimos mais respeito, pois os privilegiados passam também pelo atual Secretário de Cultura que sobreviveu, e muito bem, den tro dos governos passados, conquistando o seu respaldo artístico em um sistema que ele hoje, oportunamente, combate. A discussão cultural é muito mais complexa do que se imagina. Sobreviver de arte, em si só já é uma arte e a maioria dos nossos políticos parece ignorar esta verdade. Acusar de privilegiados profissionais que em sua grande maioria não tem nem uma casa própria, é ultrajante. Qual o moral que um político tem hoje de se referir a uma classe de trabalhadores que emociona, diverte, informa e eleva a autoestima da população? Qual o moral que os grupos políticos podem ostentar em um país onde o Congresso Nacional afunda em meio à corrupção? Onde o Presidente da República, omissamente, a tudo assiste? Claro! Falar do Presidente ou ter qualquer idéia contrária a atual corrente de pensamento, virou coisa dos ‘privilegiados’ e das ‘viúvas do passado’. A lógica empregada pelo Governador é tosca, assim como é distorcido o pensam ento de que ‘quem não está a meu favor está contra mim’. Chegamos até o atual governo fazendo oposição aos grupos que estiveram no poder, uma oposição em nome da liberdade, pois somos artistas e precisamos dela e é em nome dela que agora estamos também criticando e nos posicionando contra a atual gestão ou falta de gestão cultural. Não temos compromisso com nenhum partido. A nossa bandeira não perpassa pelas ideologias partidárias e sim pela liberdade na garantia do Estado verdadeiramente democrático e de direito. Por isso, nos respeite, Sr. Governador.

Salvador, 03/07/2009

Sindicato dos Artistas e Técnicos do Estado da Bahia
Presidente: Fernando José Marinho
Secretário Geral: José Carlos da Silva

WALDELOIR REGO, UM BAIANO DA GEMA

Waldeloir Rêgo (antropólogo), Carlos Coqueijo Costa (advogado, compositor), Agnaldo dos Santos (escultor), Walter da Silveira (advogado, crítico de cinema - cinéfilo!), Vivaldo da Costa Lima (antropólogo), Mirabeau Sampaio (comerciante, escultor/ pintor), Virgílio de Sá (advogado e jornalista), [Carlito] Vasconcelos Maia (comerciante, escritor, diretor do turismo); anos 50, galeria oxumaré, salvador-bahia; foto de Voltaire Fraga (Fonte da foto: http://continhosparacaodormir.blogspot.com/2008_09_01_archive.html)

Para Waldeloir, inegavelmente, podemos aplicar, em toda a sua profundidade e verdade os lugares comuns que usamos para as pessoas falecidas: insubstituível, de saudosa memória, uma perda irreparável.

São realmente poucos os que se deram conta da tragédia humana e cultural que representa a perda de um intelectual do porte de Waldeloir.

Tive o privilégio, nestes últimos anos, de desfrutar da sua amizade e da sua cultura.

A sua aparência simples escondia um grande erudito, um incansável pesquisador, enfim, um preciosista do saber.

Era meticuloso na sua investigação histórica, não deixando nunca de confirmar todas as hipóteses de trabalho. Quando escreveu sobre a capoeira angola praticamente esgotou o assunto, tendo os livros que se seguiram ao seu simplesmente repetido o que ele já havia dito.

Tinha uma visão muito objetiva sobre a questão do negro, cuja origem assumia em toda a sua integridade, e afirmava categórico: o negro só se liberta pela cultura.

No candomblé aliou a participação ativa ao conhecimento antropológico, tornando-se, sem dúvida, uma das maiores autoridades mundiais no assunto. Ele não estava no candomblé como alguém de fora, que procura entender o que está acontecendo. Ele foi um reconhecido Pai de Santo, um sacerdote que era a fonte do conhecimento e da prática profunda dos ritos e cultos. Sabia por saber, e não por ouvir dizer.

A sua atividade artística, como “designer” nos deixou tecidos e jóias de uma beleza, digamos, etnologicamente correta. Sabia, como poucos, apreciar as delícias de um bom vinho e a melodia de uma boa música, principalmente ópera. Neste sentido, a cultura de Waldeloir não era negra, branca ou amarela: era a cultura universal que, ou tem todas as cores ou não tem cor nenhuma.

Quanto à comida, era um especialista, tanto na arte de fazer como de conhecer a história, os detalhes, as pessoas e os comportamentos que envolvem o ato de comer.

As viagens para a Europa, África e Caribe eram para ele momentos intensos de aprendizado e conhecimento. Desfrutava de tudo, com um profundo senso existencial.

Mas era aqui na Bahia que ele estava à vontade. Um pouco discreto, é verdade, mas ninguém como ele conhecia o carnaval, a comida, as ruas, as casas, os casos e os personagens civis, militares e religiosos. Se algum dia alguém for definir o “homo baianus” Waldeloir será certamente tomado como protótipo.

O seu conhecimento seguro e pormenorizado fazia com que fosse admirado pela vastidão de amigos que tinha, no Brasil e no mundo. Conversava sobre cultura com carregadores do mercado a embaixadores do Itamaraty. Romancistas como Jorge Amado o consultavam sobre aspectos da cultura africana, baiana e popular.

A sua paixão, porém, eram os livros. Não pelo objeto em si, mas pelo que continham. Sua vida foi uma constante convivência com livros, documentos, jornais, revistas, fotografias , fitas magnéticas e tudo que pudesse lhe transmitir informações. Não uma informação qualquer ou equivocada, mas a fonte correta, confiável, de procedência. Na busca desta informação se correspondia com as mais diversas pessoas e instituições do Brasil e do mundo inteiro, e nessa tarefa era incansável. Sempre me dizia que não era um bibliófilo. E apesar de ter edições raras e preciosas, todas elas faziam parte de uma constelação do saber, escolhidas de forma sistemática e necessária.

No emaranhado de estudos e pesquisas em que vivia, não conseguiu concluir um capitulo adicional e dar a segunda edição de “Capoeira Angola”, nem publicar “O Pirão do Negro” , um estudo sobre a alimentação, e o livro sobre os Afoxés.

Ás vezes Waldeloir tocava no assunto de vender a biblioteca, mas fazia a ressalva de que só o faria para o exterior. Ou então que faria uma doação, mas só para a Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro., porque a Bahia, segundo ele, não tem este cuidado com o patrimônio cultural.

Hoje, nesta cerimônia de inauguração do Memorial, estamos orgulhosamente mostrando que ele estava equivocado.

E ele, certamente no seio dos seus orixás...e quem sabe agora aqui entre nós...deve estar dizendo: ainda bem !

Eduardo Sarno

23.11.01 / 19.11.08