quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

O colono preto como fator da civilização brasileira (1918)

O texto a seguir foi publicado pela primeira vez na cidade de Salvador em 1918, pela Imprensa Official do Estado. Contém referências que continuam sendo relevantes e atuais para o estudo do africano e do afrodescendente no Brasil, entre elas a história dos quilombolas e o Quilombo de Palmares. Segundo o brasilianista e historiador E. Bradford Burns, autor de um ensaio bibliográfico sobre Querino que incluiu a tradução das últimas páginas de “O colono preto”, com o título “The African Contribution to Brazil” (1974):
“Este ensaio continha abundantes insights, muitos dos quais foram adotados e expandidos por outros estudiosos – tanto que, hoje em dia, é difícil apreciar a originalidade demonstrada por Querino quando os sugeriu pela primeira vez. Por exemplo, outros estudiosos têm enfatizado que a África forneceu a mão-de-obra qualificada e não-qualificada que construiu o Brasil. Entretanto este ensaio apresenta outras contribuições significantes por parte dos negros que os historiadores ainda não ponderaram.”
Burns fornece como exemplo o destaque que o estudioso afro-brasileiro deu para o papel principal do negro na defesa do Brasil e a manutenção da integridade nacional – durante seu tempo no Exército, Querino teve uma posição privilegiada para testemunhar as contribuições dos negros, inclusive capoeiras, Zuavos Baianos e outros Voluntários da Pátria, durante a Guerra da Tríplice Aliança. Além de fazer uma contribuição valiosa à História das Artes da Bahia, Querino também contribuiu significantemente com o esforço que está sendo realizado até hoje para destacar o papel do negro na História do Brasil, recentemente respaldado pela Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino da História da África e dos personagens afrodescendentes.

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